Sexta-feira-feira - 05 de julho de 2024
Em maio deste ano os gaúchos foram surpreendidos com a força das águas, que arrastaram muito mais do que o concreto das casas e o solo das lavouras. As enchentes inundaram memórias queridas e infiltraram planos de futuro. Porém, a intensidade das chuvas não chegou nem perto da potência da solidariedade e da cooperação.
O povo do Rio Grande do Sul foi acolhido, pelos seus próprios conterrâneos e também por outros tantos brasileiros. As cooperativas, lideradas pela Ocergs, FecoAgro e pela OCB – as organizações que representam essas instituições no estado gaúcho e no país – demonstraram como o cooperativismo vai contribuir para a retomada. Em um primeiro momento, com doações e forças tarefas juntamente aos mais atingidos, agora com planos de ação e reivindicações junto aos governos para a criação de soluções efetivas de recuperação financeira e reconstrução.
“O produtor gaúcho precisa de ajuda. O estado vem de três safras frustradas devido a estiagem, e este ano, que teríamos uma colheita de esperança, fomos atingidos por essa tragédia. São dívidas que se acumulam ao longo dos anos, somadas agora com as perdas em toda a cadeia agropecuária, de animais à nutrientes no solo e na produção em si, que colocam em cheque a atividade agrícola e até mesmo a permanência dos produtores no campo. E por isso que nós, enquanto Cotrijal e enquanto sistema cooperativo, estamos atuando incansavelmente para apoiar esses produtores”, destaca o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
No dia 6 de julho, no qual se celebra o cooperativismo neste ano, a Cotrijal afirma que “cooperar nunca foi tão importante”. Para o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, as cooperativas podem contribuir com o apoio necessário para a reconstrução do estado. “O produtor rural é a razão de ser da nossa cooperativa, é por ele que a Cotrijal existe. E nós continuaremos semeando o futuro e cultivando a esperança que nasce e cresce como uma semente forte. Para que os produtores, que tanto sofreram com as últimas quebras de safra, consigam o apoio necessário para seguir sua função tão importante”, acrescenta Schroeder.
A Cotrijal está presente em 53 municípios gaúchos e conta com mais de 16 mil associados. Em sua área de atuação, as cidades da região sul foram as mais afetadas pelas enchentes. Para o produtor rural e cooperado da Cotrijal em Candelária, Jeferson Kappaun, contar com o apoio da cooperativa faz toda a diferença. “Eu só sei ser produtor, e eu vou seguir no campo pela minha família e pela história de quatro gerações que passaram por essa terra que hoje eu semeio. E saber que a Cotrijal está comigo, com assistência técnica de confiança e lutando por melhores condições para nós do campo, isso me traz tranquilidade”, afirma Kappaun.
A cooperativa incentivou colaboradores e cidadãos de sua área de atuação, colocando toda sua estrutura como pontos de arrecadação, além disso a frota de caminhões da Cotrijal foi mobilizada para a entrega das doações aos moradores de diferentes cidades, bem como no centro de distribuição da Defesa Civil em Passo Fundo e na central de doações da OCERGS em Canoas. Em sua campanha, a cooperativa agropecuária contribuiu com mais de 50 toneladas de doações, entre itens de limpeza, alimentos, água, camas e colchões.
Além disso, a Cotrijal também auxiliou seus colaboradores que sofreram perdas na tragédia. A cooperativa contribuiu com doações de móveis, eletrodomésticos e outros materiais para mobiliar as casas dos trabalhadores. Já com foco no produtor rural, a Cotrijal tem oferecido todo apoio e assistência técnica gratuita às propriedades afetadas. Com orientações sobre erosão e lixiviação, realização de análises de qualidade de solo e planejamento para a recuperação das lavouras, além de doações de feno e rações para a alimentação dos animais dos produtores de leite que perderam os estoques e pastagens em função da chuva.